Carlo,
tu que foste como eu —
com fone no ouvido,
com pressa,
com sonhos demais e tempo de menos —
fala comigo um pouco.

Tu sabias o que era viver neste mundo que grita,
onde tudo brilha por um instante
e depois some no vazio.
Tu também navegaste entre telas,
mas encontraste um brilho que não apagava:
a luz de Cristo na Eucaristia.

Diz-me, Carlo,
como conseguiste crer tanto,
tão jovem, tão simples,
sem fugir do mundo,
mas sem te perder nele?

Eu também quero amar Jesus assim,
mas o coração é dividido.
As distrações me chamam,
os medos me travam,
e às vezes a fé parece coisa distante.

Tu, que chamaste a Eucaristia
de tua “autoestrada para o Céu”,
ensina-me a caminhar por essa estrada
sem medo de perder tempo com Deus.

Mostra-me que a santidade
não é para os perfeitos,
mas também é para os que tentam recomeçar.

Ajuda-me a lembrar
que ser católico não é apagar a alegria,
é descobrir a alegria verdadeira.

Carlo,
leva meu coração até Jesus.
Fala a Ele de minhas dúvidas,
da minha pressa,
da minha vontade de amar e servir,
mesmo sem saber direito como.

E quando eu estiver cansado,
quando a fé parecer difícil,
repete pra mim, no fundo da alma:

“A tristeza é olhar pra si mesmo.
A felicidade é olhar pra Deus.”

Então, talvez,
eu também aprenda a viver como tu viveste —
ligado ao Céu,
sem desligar da Terra.

Amém.

Autor: Ricardo Córdoba Baptista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *