Este é um espaço de encontro.
Um lugar silencioso, onde as palavras se tornam oração,
e o coração pode descansar um pouco da pressa do mundo.
Aqui se fala do amor de Deus —
não como uma ideia distante,
mas como uma presença viva, que habita o comum:
um olhar, um gesto, uma saudade, uma ferida.
O amor de Deus não é fuga,
é mergulho.
Não está apenas nas igrejas,
mas também nas ruas, nos quartos vazios, nas lágrimas escondidas.
Ele se revela nas alegrias simples
e até nas dores que nos fazem mais humanos.
Cada texto aqui quer lembrar que Deus não está longe.
Ele caminha conosco, nas horas claras e nas noites escuras,
esperando apenas que o deixemos entrar
naquilo que é mais verdadeiro em nós.
Este espaço é um convite à pausa.
Um convite a olhar a própria vida com mais ternura,
a reconhecer que até as feridas podem ser caminhos,
e que, por trás de tudo o que dói,
há um Deus que ama com paciência,
esperando apenas ser encontrado
no que temos de mais humano.
Dedico este espaço ao meu pai —
o homem que me fez ver a face de Deus
por meio do seu amor firme e terno.
Foi da sua ternura comigo que aprendi o que é o amor verdadeiro.
Através do seu silêncio, compreendi que o cuidado nem sempre fala.
Através da sua paciência, descobri que o amor espera.
E através da sua dor contida, percebi que o amor também sofre —
mas nunca deixa de ser amor.
Meu pai não condenava.
Acolhia.
Não impunha.
Orientava.
Esperava o tempo do coração,
mesmo quando esse tempo doía.
Soube ser presença e limite,
acolhimento e direção —
espelho fiel de um Deus que corrige com amor
e conduz sem humilhar.
Ele já não está comigo —
pelo menos, não da forma como antes.
Mas vive em mim, em cada palavra que escrevo,
em cada tentativa de ver o mundo com mais ternura.
Sua memória me acompanha,
como uma luz calma que não se apaga,
lembrando-me, todos os dias,
que o amor de um pai é uma das formas
mais puras de Deus, nosso Pai Eterno, se fazer visível.
E também dedico este espaço
a todos os jovens —
porque a juventude é a fase rica,
dos encantos e dos fervores,
quando o coração ainda se espanta diante da vida
e o amor de Deus começa a ser descoberto
no desejo intenso de viver e de se doar.
E a todos os velhos que ainda têm olhos de menino
e continuam aprendendo,
pois o amor de Deus
não conhece idade,
apenas recomeços.
Ricardo Córdoba Baptista